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Filme-ensaio sobre o Rio quer pensar a linguagem 3D
Ensaio visual será o primeiro a utilizar nova geração de câmeras estereoscópicas de ultradefinição
“Cinco ou seis ensaios em busca de uma narrativa” ou “estereoensaios” é o primeiro curta-metragem no mundo a utilizar câmeras Red Epic em 3D.
Trata-se de um ensaio audiovisual de altíssima tecnologia que pretende explorar imagens jamais experimentadas em tamanha definição e profundidade. O trabalho tem inspiração na obra do cineasta soviético Dziga Vertov, em especial Um Homem com uma Câmera (1929), e nas famosas “sinfonias” das cidades: Berlim, Sinfonia da Metrópole, de Walter Rutmann (1927), e São Paulo, Sinfonia de uma Cidade, de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeni (1929). Tais filmes servem de modelo em virtude de sua ousadia experimental, do uso revolucionário que fizeram da tecnologia de ponta em sua época – o cinematógrafo -, no sentido de recriar toda uma nova perspectiva sobre o cenário urbano.
O conceito de filme-ensaio parte da idéia de que o resultado visual formal não é um documentário, nem uma ficção, nem tampouco um docudrama. Praticamente todos os filmes de referência ou inspiração são filmes-ensaios: objetos “não-identificados” em termos de gênero cinematográfico. Com imagens documentais, mas sem nenhum tipo de “ônus” documentário; com imagens ficcionais, mas sem nenhum contrato narrativo ficcional.
A visão estereoscópica gerada pelas novas tecnologias de captura em ultradefinição (5K) permite pensar em novas possibilidades imagéticas, novas metáforas para o cinema e um novo patamar de sensações – enfim, toda uma nova aesthesis. Se antes tínhamos o “cinema-olho” (no singular), com Dziga Vertov e a centralidade da perspectiva monocular que acompanha a sua história, hoje a imagem estéreoscópica permite que se perceba o mundo visual ao nosso redor através de uma “stereopsis”. Atualmente, não há mais por que nos contentarmos com uma perspectiva monocular. Em outras palavras, até hoje a câmara de cinema foi CÍCLOPE – um só olho apenas. A partir de agora, nossa câmera é STEREOPSIS.
Nesse sentido, como pensar em todo um novo mundo das imagens a partir de uma perspectiva binocular?
As câmeras Red Epic, utilizadas pela primeira vez em filmagem brasileira, já utilizam o formato 5K e, desde seu lançamento, em novembro do ano passado, converteram-se no sonho de consumo de todo cinegrafista. James Cameron comprou 50 delas para filmar Avatar 2, desembolsando cerca de três milhões de dólares. Somente duas serão utilizadas neste filme, alugadas de uma empresa de Los Angeles.
Com promoção da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e realização da Universidade Mackenzie e Federal de Juiz de Fora, após seu lançamento em setembro, o filme será exibido em festivais de arte.
Imagens da Pesquisa de Locação realizada em maio de 2011