Chamada de trabalhos para o Programa de P&D em Saúde Digital
A chamada convida grupos de pesquisa com estudos na área de Saúde Digital para apresentarem propostas de estudos que contribuam para a prospecção e identificação de desafios de P&D nessa área. O Programa de P&D em Saúde Digital 2023 da RNP tem o objetivo de promover o estudo de temas ligados à área de SD e que possam identificar futuras ações de P&D por parte da RNP, tendo em vista novas tecnologias ou aplicações emergentes no nível de maturidade tecnológicaTRL 1, 2 ou 3. Gravação da sessão de apresentação e esclarecimentos
Pergunta norteadora: 1. Quais são a áreas prioritárias de Saúde que devem ser privilegiadas pela comunidade da RNP?
Para orientação dos participantes, apresentamos uma síntese dos resultados da discussão, nos grupos de Ensino, Pesquisa e Assistência, que sucedeu a palestra inicial dos colegas do Ministério da Saúde.
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Sumário das Propostas
Proposta de Foco
Foco na Saúde para Todos, sugestão inicial, utilizar como base a prioridades de saúde definidas pela WHO; e as elencadas no Plano Nacional de Saúde (2020-2023)
Promover a ampliação e a resolutividade das ações e serviços da atenção primária de forma integrada e planejada;
Promover a ampliação da oferta de serviços da atenção especializada com vista à qualificação do acesso e redução das desigualdades regionais;
Reduzir ou controlar a ocorrência de doenças e agravos passíveis de prevenção e controle;
Fomentar a produção do conhecimento científico, promovendo o acesso da população às tecnologias em saúde de forma equitativa, igualitária, progressiva e sustentável;
Promover ações que garantam e ampliem o acesso da população a medicamentos e insumos estratégicos, com qualidade, segurança, eficácia, em tempo oportuno, promovendo seu uso racional;
Fortalecer a proteção, promoção e recuperação da Saúde Indígena; e
Aperfeiçoar a gestão do SUS visando a garantia do acesso a bens e serviços de saúde equitativos e de qualidade.
Proposta de áreas prioritárias de Saúde que devem ser privilegiadas pela comunidade da RNP, apresentadas pelos três GEs - de Ensino, Pesquisa e Assistência.
GE1 - Ensino
Sistemas de regulação em grande escala regional e nacional poderiam utilizar tecnologias e promover uma regulação inteligente;
Compartilhamento de informações clínicas;
Orientação de profissionais da atenção básica com base em protocolos de atuação;
Disseminação de protocolos de determinadas patologias;
Educação em saúde digital nos cursos de graduação e pós-graduação;
Formação da força de trabalho para uso de tecnologias;
Literacia digital dos profissionais da saúde;
Formalização da saúde digital como área da saúde;
Ética, confidencialidade e segurança do uso das informações em saúde;
Regulação do uso de inteligência artificial na saúde;
Garantia de conectividade adequada às necessidades das unidades de saúde;
Universalização do acesso à saúde por meio da telessaúde;
Orientação sobre prevenção à doenças para a população.
GE2 - Pesquisa
Linha de regulação e atenção primária.
Filas de atendimentos – incluindo cirurgias (regulação);
Falta de qualidade dos atendimentos/assistência – consulta (melhorar qualidade e resultados) – fragilidade atenção primária em saúde;
Atrasos nos atendimentos;
Demora nos diagnósticos;
Acompanhamento efetivo de paciente portadores das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT);
Estímulo ao automonitoramento e autogerenciamento de portadores de DCNT, incluindo a adesão medicamentosa;
Medicina preventiva com Inclusão Social e Acessibilidade;
Fortalecer na linha de vigilância sanitária – expandir (RNDS COVID);
Necessidade de mais tratamento de dados na vigilância;
Dificuldade de compartilhamento de informações ao longo da linha cuidado do paciente, a interoperabilidade que ainda não é uma realidade presente de forma abrangente entre os diferentes níveis de atenção;
GE3 - Assistência
A área de obstetrícia é uma área bastante sensível e que pode ser impactada por uma reorganização de assistência a partir de estratégias saúde digital. A mortalidade materna e perinatal é determinada por três demoras: identificação, acesso e diagnóstico oportuno, Todas as demoras podem ser impactadas por ações de saúde digital. A mortalidade materna subiu nesses quatro últimos anos.
Saúde Mental é uma área que seria muito impactada pelas estratégias de saúde digital.
Engajamento do paciente em Saúde Digital.
Área de monitoramento de epidemia.
Priorizar aspectos básicos: níveis mínimos de segurança da informação, prescrição eletrônica, LGPD e outros aspectos (organização do sistema de regulação de acordo com as linhas de cuidados).
Indicadores de saúde para a tomada de decisão.
Oncologia pediátrica: no IMIP observa-se o maior deslocamento de usuários em busca de assistência em estados fora da região de residência. Existe um alto índice de tratamento de crianças e adolescentes em hospitais não habilitados: 43% dos pacientes entre 15 e 19 anos foram tratados em hospitais sem habilitação em oncologia pediátrica, em desalinho com as orientações nacionais e internacionais, que indicam o tratamento em centros especializados para esse público.
Oncologia seria muito beneficiada por meio das estratégias Saúde Digital
Vestíveis para registros de sinais biológico. Desenvolvimento e validação de vestíveis para saúde pode ser um gargalo importante transversal em várias áreas
Saúde Indígena, mas também ribeirinhas, quilombolas e áreas de difícil acesso presencial para monitoramento de doenças crônicas e Telessaúde indígena em alternativas tecnológicas que viabilize essas conexões
A Cardiologia também pode ser bastante impactada
Engajamento do profissional ao uso do PEC na Atenção Primária a Saúde e sua integração a Telessaúde. Mesmo que não fosse um sistema único - poderíamos ter guidelines únicas considerando a multiplicidade de agentes do sistema. Deve ser prioridade uma possibilidade de integração.
Seria interessante um sistema Telessaúde Nacional. Assim poderíamos garantir segurança das informações de saúde e aproveitar as funcionalidades já implementadas por diversos Núcleos diferentes em um único sistema. Também poderíamos integrar esse sistema ao PEC, todas as superespecialidades (e seus ambulatórios) podem ser fortemente impactadas.
A Saúde Digital é uma grande solução logística, como já foi colocado aqui, tendo como exemplos áreas remotas. O foco em utilizar saúde digital como apoio logístico à atenção primária em áreas com déficit de profissionais ou especialistas. Isso evita deslocamentos e traz eficiência ao sistema. Podemos elencar algumas especialidades de interesse. Iniciando por atenção perinatal, por exemplo.
Acesso a adesão ao tratamento ao paciente, em especial, tratamento prescrito em contexto de saúde digital
Fortalecer o modelo RUTE nas Secretarias Estaduais e respectivas redes assistências para contribuir para institucionalização no âmbito do SUS das iniciativas de Saúde Digital e Telessaúde consequentemente.
Penso na atenção básica ou atenção primária por ser uma porta de entrada, conseguindo ter uma organização dessa “porta de entrada” poderíamos evoluir com todas as outras áreas de atendimento.
A RNP junto a EBSERH possui uma implantação de solução de telessaúde interoperando com o AGHUx. Caso seja pertinente, talvez essa iniciativa possa ser observada no sentido de diagnósticos de iniciativas.